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Vivendo e... Luis Fernando Verissimo
Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, quanto mais jogá-la com a precisão que tinha quando era garoto. (...) Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme o posicionamento das mãos. Hoje não sei mais que jeito é esse. Eu sabia a fórmula de fazer cola caseira. Algo envolvendo farinha e água e muita confusão na cozinha, de onde éramos expulsos sob ameaças. Hoje não sei mais. A gente começava a contar depois de ver um relâmpago e o número a que chegasse quando ouvia a trovoada, multiplicado por outro número, dava a distância exata do relâmpago. Não me lembro mais ...
Terezinha e Gabriela - Ruth Rocha
Gabriela menina, Gabriela levada. Ô, menina encapetada… Gabriela sapeca: – Menina, como é que você se chama? – Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam Gabriela. Gabriela serelepe: – Menina, para onde vai essa rua? – A rua não vai, não, a gente é que vai nela. Gabriela na escola: – Gabriela, quem foi que descobriu o Brasil? – Ah, professora, isso é fácil, eu só queria saber quem foi que cobriu. Gabriela não deixava a professora em paz: – Professora, céu da boca tem estrelas? – Professora, barriga da perna tem umbigo? – Professora, pé de alface tem calos? Gabriela era quem inventava as brincadeiras: – Vamos brincar de amarelinha? Todo mundo ia. – Vamos brincar de pegador? Todos concordavam. Todos queriam brincar com Gabriela. Foi aí que mudou, para a mesma rua da Gabriela, a Teresinha. Teresinha loirinha, bonitinha, arrumadinha. Teresinha estudiosa, vestida de cor-de-rosa...
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